Autor: George Orwell
Gênero: Distopia, Ficção Política
Edição Brasileira: Companhia das Letras
Páginas: 416
Sinopse: "1984" não é apenas mais um livro sobre política, mas uma metáfora do mundo que estamos inexoravelmente construindo. Invasão de privacidade, avanços tecnológicos que propiciam o controle total dos indivíduos, destruição ou manipulação da memória histórica dos povos e guerras para assegurar a paz já fazem parte da realidade. Se essa realidade caminhar para o cenário antevisto em 1984 , o indivíduo não terá qualquer defesa. Aí reside a importância de se ler Orwell, porque seus escritos são capazes de alertar as gerações presentes e futuras do perigo que correm e de mobilizá-las pela humanização do mundo.Conheci o livro nesta postagem do Universo dos leitores, que une algumas obras consideradas agressivas ou revolucionárias demais para que o governo espere que você leia. Me interessei muito neste livro, principalmente pela parte, no verso, que diz que o livro é uma antevisão do socialismo, de como ele evoluiria se prevalecesse sobre o capitalismo, depois da Guerra Fria. Principalmente por que eu queria isso. Preferia o socialismo, mas nunca imaginei que o futuro, contado nesse livro, pudesse ser assim, tão terrível.
É claro que temos que levar em conta que foi escrito por um americano, na época em que os EUA "guerreava" com a URSS, e, portanto, mostra os sentimentos de alguém estadunidense nesta época pelo novo modelo de governo que era demonstrado pelo opositor.
De acordo com a obra, no futuro dela (mais aproximadamente em 1984), todos os habitantes seriam profunda e rigorosamente controlados por "teletelas" (uma tela que continha câmera e microfone embutidos), vigiadas e ouvidas o tempo inteiro por membros do partido interno, em todos os lugares. Cartazes em todos os lugares, com imagens intimidadoras, diziam "O Grande Irmão zela por ti", o que é irônico, pois zelar é cuidar, e cuidar pode ser vigiar.
Neste mundo distópico, Winston Smith trabalha no partido externo, alterando a verdade em documentos de acordo com o pedido e excluindo qualquer vestígio da verdade, tornando a alteração uma nova verdade. Assim, previsões estavam sempre certas, pois numa breve confirmação do fato passado, ele estaria adequado ao que acontece no presente e não haveria traços de mudança. O passado era alterado frequentemente, se tornando inconstante, mas ninguém percebia isso. E a memória é duvidosa. Se alguém negar sua memória, não há meios de você prová-la.
O lema de governo, segundo o livro diz, é "Quem controla o passado controla o futuro, Quem controla o presente controla o passado". O controle sobre o presente é estabelecido continuamente, como podemos ver na Semana do Ódio, ou nos Dois Minutos de Ódio, em que todos são submetidos à uma "terapia", assistindo dois minutos de um vídeo que transmite ações do principal revolucionário do período, Goldstein. Nesses minutos, todos gritam e xingam Goldstein, dando vida a tudo de ruim que têm em si.
O livro voltou a ascender em vendas recentemente, com os boatos de estarmos sendo espiados pelos EUA, nas redes sociais. Mostrando que o mesmo futuro previsto para o socialismo ocorreu, veridicamente, no futuro do capitalismo.
É extremamente interessante ler um livro escrito no passado, que cria um futuro que também está no nosso passado. Estimula a compreensão do tempo e o nosso lado político e social. O livro é muito interessante e o final é incrível. Espero que sigam a dica e aproveitem a leitura!