quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A Espada na Pedra - T. H. White


Autor: T. H. White
Gênero: Ficção Fantástica
Edição Brasileira: Hamelin
Páginas: 256
Sinopse: Seria inconcebível o sucesso extraordinário de histórias como O Senhor dos anéis e Harry Potter sem que, antes delas, existisse a seminal e insuperável obra de T.H. White, O único e eterno rei, da qual A espada na pedra é o primeiro dos cinco volumes. Esta versão definitiva da lenda arturiana, lida e amada por todas as gerações e fonte generosa de inúmeras outras obras no cinema, no teatro e na literatura, é uma influência cultural decisiva do nosso tempo. Este primeiro volume apresenta a educação do jovem Arthur, aqui apelidado Wart, sob o teto de seu tutor, sir Ector, e introduz a figura de seu grande guia da vida inteira, o mago Merlin. Dos cinco volumes que compõem a saga, este é o de maior apelo entre jovens. Ao inaugurar a história, A espada na pedra toca na mais explícita manifestação da permanência da vida humana, a predestinação, que é a garantia da justiça, patrocinada por um poder maior, a divindade. Só esse aspecto já serve para definir O único e eterno rei como um monumento à transcendência enredando os leitores numa teia feita de aventura, agilidade, humor, assombro. O rito de passagem enfrentado pelo jovem que o destino escolhe para ser o rei é a metáfora da luta para merecer a eternidade: aprender os segredos é aprender a ser digno da escolha; e o aprendizado se faz dentro dos princípios da ética e da estratégia.
Acho que todos nós, seres cultos deste mundo, já ouvimos falar no Rei Arthur, não é? Ouvimos que ele foi coroado após ser o único a conseguir tirar a lendária espada Excalibur de uma pedra onde estava presa, mesmo sendo apenas uma criança e estar competindo com os mais fortes cavaleiros do mundo, etc. "Mas, que etc?" Foi a pergunta que eu me fiz ao ver esta reedição maravilhosa. Respondi a mim mesmo que não conhecia a lenda e, de certa forma, fiquei com vergonha, afinal, é muito famosa e obviamente tem algo de valioso no seu conteúdo. Comprei o livro numa promoção ótima e o li rapidamente (é curto e encantador).

A obra retrata, de forma que parece ser muito realística ao relacionada com a época à que se refere, a história de Wart, um garoto adotado por Sir Ector e que, portanto, vive em seu castelo, junto com Kay, filho biológico de Sir Ector.

Wart é um pouco ingênuo, como qualquer criança pode ser, e muito curioso. Não se importa muito com o que pensam dele, e poucos pensam nele, o que pode parecer triste, mas como já disse, ele não se importa.

Como é natural pensar que ocorre, Kay era mimado por todos no castelo, se tornando um pouco egoísta e arrogante, mas conservando um bom coração. Apesar disso, Wart gosta muito dele e brincam juntos quando podem. Além de frequentarem as mais diversas aulas juntos.

Num desses dias, brincando, resolvem caçar coelhos com Cully, o falcão. Kay (depois de alguma disputa, estrategicamente cedida por Wart) leva-o no braço, mas não o lança como deveria e Cully, mal-humorado, voa para uma árvore na floresta e lá fica. Os garotos tentam de tudo, mas o falcão se recusava a sair de lá. Kay, percebendo que anoitecia, vai embora, dizendo que Hob pode treinar outro falcão e, então, Cully não seria mais necessário. Wart fica, pois sabe que Cully é o falcão preferido de Hob e certamente ficaria muito chateado em ter perdido-o.

É nesse momento, durante a noite, sozinho e na floresta, que Wart se lembra de todas as lendas que se contavam sobre a floresta. Desde arqueiros fora-da-lei até bestas assustadoras a habitavam, diziam. Mas, tentando ignorar o medo, Wart busca por Cully, entre as árvores, até perdê-lo de vista e quase ser flechado por arqueiros invisíveis. Cansado, procura abrigo e dorme.

Amanhecendo, percebe que está com muita fome e, sem esperanças, procura por frutos silvestres. Acaba por encontrar o Rei Pellinore, um cavaleiro maluco e seu cavalo e sua cadela, que estão atrás da Besta Gemente e seus excrementos. Depois de uma conversa maluca, o Rei parte novamente em busca da Besta, deixando Wart sozinho e perdido.

Aí, bem aí, é que Wart encontra um velhote e seu chalé, no meio da floresta. Ele se identifica, dizendo que se chama Merlin e pede se o garoto é Wart, que, assustado, confirma.

Merlin o convida para entrar em seu chalé, apresenta Archimedes, sua coruja falante e o ajuda a encontrar o castelo, se oferecendo como seu tutor a partir daí. Merlin é uma pobre criatura condenada a viver ao contrário, nascendo velho e morrendo jovem. Sempre sabe "o quê", "onde" e "com quem", mas nunca exatamente "quando". Viria a acontecer ou teria acontecido? Isso, no entanto, como toda dádiva traz uma perda equivalente (mas cujo valor se perde mais rapidamente que o da dádiva) e vice-versa, o traz sabedoria, experiência, "tempo?" e o dom da magia.

A obra se diferencia muito de outras por não apresentar um problema inicial, mas apenas final, com uma excelente e calma (ou não, mas tranquila), preparação do ambiente para sua chegada, além da sua rápida finalização. Mostra que, apenas quando se aceita o inevitável, o intangível, é que se avança na vida.
O mais profundo desejo (sonho) de Wart é "Acabar com todo o sofrimento do mundo" ou, se falhasse na tarefa "absorvê-lo inteiramente", sendo então o único a sofrer no mundo. O sonho se revela difícil não pela "estupidez" infantil (ao contrário, mostra que é totalmente cabível pensar assim), mas por Wart ser quem ele era: o irmão adotado. Condenado a ser o escudeiro do futuro Sir Kay e, portanto, ser privado de aventuras próprias e coisas assim. Foi aceitando o destino, que descobriu quem realmente era e quem viria a ser.

Como o verso do livro diz, nos comentários, é perceptível a inspiração de vários muitos autores na obra. Tais como os animais divinizados e falantes de Nárnia (C. S. Lewis), a realeza espontânea e vários problemas com irmãos adotivos (Duda Dursley) de Harry Potter (J.K. Rowling) e "as canções animadas a todo momento" e o mago sábio que cita "bons dias" e "belos dias" de O Hobbit e O Senhor dos Anéis ( J. R. R. Tolkien)

A reedição, produzida pela Hamelin, é realmente caprichada. Com um preço baixíssimo, temos uma bela capa com alto relevo, orelha para marcar páginas, folha amarelada e vários "friques" que enfeitam o interior do livro, como divisores nos capítulos e números grandes e coloridos. Já encomendei o segundo da série: "A Rainha do ar e das sombras". Vale muito a pena ler!

5 comentários:

  1. A cada minuto estou mais curiosa... Sua resenha quase me deixou doida.
    Eu procurei o livro no Submarino, mas está em falta ):
    Bom, já adicionei como desejado no Skoob. Agora é só conseguir grana, hahaha!
    Beijocas!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Que bom que ficou interessada. :D
      E é uma pena que esteja sem estoque, foi uma pechincha mesmo por ele, quando comprei.
      Boa sorte no negócio e espero que aproveite a leitura quando esta acontecer :)

      Até mais!

      Excluir
  2. Nunca vi esse livro e amei sua resenha, parabéns.
    Me deixou curiosíssima.
    Obrigado pela ótima dica!
    ;)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado pelo elogio, bom ter ficado interessada também :D
      Estou aqui pra dar dicas, e aceito dicas também, claro.

      Até mais!

      Excluir
  3. Jedian, tudo bem? Vi o seu comentário no blog acerca do post do "1984". Fique a vontade para citar a postagem. Inclusive, fico muito feliz em saber que você seguiu a dica e leu o livro, que é realmente sensacional e um dos meus preferidos. Também tem uma resenha do livro por lá, se quiser conferir!

    Quando fizer a sua resenha me conta, terei enorme prazer em ler!

    Abraços, Isabela.

    (O seu comentário foi nesse post aqui: http://universodosleitores.blogspot.com.br/2013/08/materias-literarias-livros-que-o.html)

    ResponderExcluir